・02/12/2024・Texto por Redação Power Supply

Uma pesquisa conduzida pela Fundação Getulio Vargas (FGV) revelou que, entre 109 empresas analisadas, apenas 15% possuem programas voltados à contratação de fornecedores pertencentes a grupos socialmente subrepresentados, como mulheres, afrodescendentes e LGBTs.

O levantamento, conduzido pelo Centro de Excelência em Logística e Supply Chain (FGVcelog) e pelo Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas (FGVneop), teve como objetivo mapear a participação de negócios liderados por mulheres e outras minorias na cadeia de suprimentos de grandes empresas no Brasil. Além disso, o estudo identificou as principais barreiras enfrentadas por essas empresas para se engajarem em compras afirmativas.

De acordo com a pesquisadora Priscila Miguel , responsável pelo estudo, embora o conceito de ESG (governança ambiental, social e corporativa) tenha ganhado destaque no mundo corporativo, ele ainda não é totalmente aplicado no setor de compras.

“O tema ESG tem crescido, tanto no Brasil quanto em outros países, especialmente na área de diversidade, equidade e inclusão. Porém, percebemos que há um longo caminho a percorrer na aplicação desse conceito nas políticas de compras corporativas”, afirma Miguel. Ela destaca a necessidade de revisar processos e flexibilizar políticas que muitas vezes priorizam grandes empresas e resultados financeiros, negligenciando impactos sociais.

As compras inclusivas são definidas pela adoção de métricas que incorporem critérios de inclusão social nas decisões de compras. Para que uma empresa seja considerada inclusiva, pelo menos 51% da propriedade de seus fornecedores deve pertencer a grupos sociais ou minorias subrepresentadas. “Geralmente, esses fornecedores são pequenas empresas que enfrentam dificuldades para competir em igualdade com grandes corporações”, explica Priscila Miguel. Segundo ela, além de trazer inovação e flexibilidade, essas empresas podem ser catalisadoras de desenvolvimento socioeconômico e ferramentas eficazes no combate à desigualdade social.

O estudo foi desenvolvido em colaboração com as pesquisadoras Maria Jose Tonelli, da FGV EAESP, e Andrea Lago da Silva, da UFSCar, motivado por uma iniciativa da ONU Mulheres. A entidade, que possui diversas empresas signatárias comprometidas com o empoderamento feminino, identificou que menos de 1% dos fornecedores dessas empresas eram liderados por mulheres.

Com base em 21 entrevistas realizadas com empresas e fornecedores, o estudo apontou ações fundamentais para promover inclusão na cadeia de suprimentos. Entre elas, destacam-se a importância de certificações que incentivem práticas inclusivas e a necessidade de uma política pública específica no Brasil voltada ao setor de compras afirmativas.

"Nos países como EUA, Reino Unido, Canadá e Austrália, já existem programas de inclusão que beneficiam outros grupos sociais, como imigrantes, negros e povos indígenas", contextualiza Miguel.

O trabalho foi reconhecido com uma menção honrosa no Prêmio de Projetos de Impacto da FGV EAESP, destacando sua relevância para a promoção de um mercado mais justo e inclusivo.

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