Depois de fechar 2023 com resultados robustos, a siderúrgica ArcelorMittal Brasil tem conseguido se consolidar na liderança do mercado brasileiro. Apesar dos desafios trazidos pelo aumento das importações de aço e o modesto crescimento do consumo interno, a companhia segue em crescimento com aquisições e vendas em alta. Parte desse desempenho se deve à integração da Unidade do Pecém, antiga Companhia Siderúrgica do Pecém, que passou a compor os resultados da ArcelorMittal Brasil desde o ano passado.

A aquisição da unidade cearense posicionou a ArcelorMittal como a maior produtora de aço do Brasil e da América Latina, com uma produção consolidada de 14,8 milhões de toneladas em 2023, considerando operações no Brasil, Argentina e Costa Rica, o que representou um incremento de 16,5% em relação a 2022. Além da incorporação do Pecém, o desempenho da empresa foi alavancado pela excelência operacional de suas unidades, produtos de alto valor agregado, sinergias estratégicas e iniciativas de redução de custos.

O volume de vendas em 2023 foi de 14,4 milhões de toneladas, um aumento de 15,9% em comparação com o ano anterior. A receita líquida alcançou R$ 69,8 bilhões, registrando uma leve queda de 2,6%. O Ebitda consolidado foi de R$ 9,2 bilhões, representando uma retração de 38%, com uma margem Ebitda de 13% sobre a receita líquida.

O lucro líquido atingiu R$ 4,1 bilhões, uma redução de 54,5% em relação a 2022, mas ainda acima das expectativas, dado o cenário adverso do mercado interno e o impacto das importações de aço. Essa performance reflete ainda a desaceleração do setor no segundo semestre, com uma queda nas vendas e no preço global das commodities metálicas.

As operações de mineração no Brasil, como a Mina de Serra Azul e a Mina do Andrade, também contribuíram positivamente, com um aumento de 3,3% nos volumes, totalizando 3,4 milhões de toneladas em 2023. “Os resultados refletem a resiliência e a capacidade de resposta da ArcelorMittal Brasil em tempos desafiadores. São fruto do compromisso de nossa equipe com a excelência operacional, inovação e a oferta de produtos de alta qualidade. Hoje, nossas plantas são referências globais em performance e sustentabilidade”, disse Jefferson De Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração LATAM.

Mesmo em um cenário desfavorável, a ArcelorMittal manteve seu programa de expansão, o maior em andamento no setor siderúrgico brasileiro, com um aporte total de R$ 25 bilhões. A incorporação total da Unidade do Pecém, concluída em março de 2023, demandou R$ 11,2 bilhões, solidificando a ArcelorMittal como líder no mercado brasileiro e latino-americano de aço. A unidade, com capacidade anual de 3 milhões de toneladas, é estrategicamente conectada ao Porto do Pecém, o que permite integração à rede global da ArcelorMittal.

“Os primeiros resultados da operação integrada demonstram o acerto dessa aquisição estratégica. A Unidade do Pecém atingiu um recorde de produção de cerca de três milhões de toneladas de placas, abastecendo unidades de laminação da ArcelorMittal nos EUA e outros países, além do mercado doméstico”, destacou Jorge Oliveira, vice-presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Planos LATAM.

Além do Pecém, a empresa firmou uma joint venture com a Casa dos Ventos e iniciou a construção de um dos maiores parques eólicos do Brasil, na Bahia, com capacidade de 553,5 MW e investimento de R$ 4,2 bilhões. Essa iniciativa visa fornecer energia renovável para cerca de 40% do consumo elétrico da ArcelorMittal no país, alinhada ao objetivo de descarbonização da empresa, que planeja ser neutra em carbono até 2050 e reduzir suas emissões em 25% até 2030.

A ArcelorMittal também está investindo na modernização de suas unidades para aumentar a capacidade instalada e produzir aços especializados. Na unidade de Monlevade, R$ 2,5 bilhões estão sendo aplicados para quase dobrar a capacidade de produção de aço bruto, de 1,2 milhão para 2,2 milhões de toneladas por ano. A produção da Mina do Andrade, fornecedora de minério para essa planta, deve crescer de 1,5 milhão para 3,5 milhões de toneladas anuais. Na Mina de Serra Azul, um investimento de R$ 2 bilhões ampliará a produção de 1,6 milhão para 4,5 milhões de toneladas anuais de pellet feed.

Em São Francisco do Sul (SC), na Unidade de Vega, a ArcelorMittal investe R$ 1,9 bilhão no Cold Mill Complex (CMC), uma nova linha para aços laminados a frio e revestidos, como o Magnelis, aumentando a produção anual de 1,6 milhão para 2,2 milhões de toneladas.

Na Unidade de Barra Mansa (RJ), um investimento de R$ 1,3 bilhão visa aumentar a capacidade em 500 mil toneladas anuais, com foco em produtos para os setores automotivo, energético e de construção. Em Sabará (MG), um aporte de R$ 144 milhões permitirá ampliar a capacidade em 35% de trefilados e produzir itens de alto valor agregado para o setor automotivo.

Esses investimentos destacam o compromisso da ArcelorMittal com o crescimento sustentável e a inovação no mercado siderúrgico, reforçando sua posição como líder no setor e promovendo uma siderurgia moderna, eficiente e ambientalmente responsável.