・27/01/2025・Texto por Redação Power Supply
A farmacêutica brasileira EMS alcançou um marco estratégico ao obter a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fabricar dois medicamentos baseados na substância liraglutida: o Olire, indicado para o tratamento de obesidade, e o Lirux, voltado para o controle do diabetes tipo 2. Ambos os medicamentos, de uso diário, chegam ao mercado como concorrentes diretos do Saxenda e Victoza, da dinamarquesa Novo Nordisk. A decisão ocorre após a expiração da patente do peptídeo em 2024, abrindo espaço para a entrada de novos players no segmento.
Carlos eduardo Sanchez , presidente do Conselho de Administração da EMS, destacou o compromisso da empresa com a inovação e o fortalecimento da indústria nacional. “Vamos fabricar desde a matéria-prima até o produto acabado, reforçando nossa posição de liderança no mercado farmacêutico brasileiro com produtos de alta qualidade e de grande impacto”, afirmou.
A produção dos novos medicamentos será integralmente realizada no Brasil, utilizando tecnologia desenvolvida localmente. Essa iniciativa não apenas posiciona a EMS como pioneira no mercado nacional de alternativas à liraglutida, mas também traz reflexos positivos para toda a cadeia produtiva de medicamentos no país.
A fabricação da matéria-prima no Brasil reduz a dependência de importações e promove o desenvolvimento de competências tecnológicas locais. Além disso, a medida gera empregos e fomenta a competitividade da indústria farmacêutica nacional em um mercado dominado por grandes multinacionais. “Essa estratégia fortalece nossa autonomia e estimula o avanço da pesquisa e desenvolvimento no país”, acrescentou Sanchez.
Com o lançamento do Olire e do Lirux, a EMS promete ampliar o acesso de pacientes brasileiros a tratamentos de ponta para obesidade e diabetes tipo 2. O custo elevado dos medicamentos de referência da Novo Nordisk tem sido um obstáculo significativo para muitos pacientes, e a entrada de concorrentes no mercado tende a reduzir os preços e democratizar o acesso.
A liraglutida, como a semaglutida presente no Ozempic, tem mostrado resultados expressivos em estudos clínicos. Além de promover a perda de peso, também melhora o controle glicêmico e reduz o risco de complicações associadas ao diabetes tipo 2. Não há informação exata sobre o número de fornecedores do laboratório EMS, mas sabe-se que é um dos maiores laboratórios farmacêuticos do Brasil. A companhia faz parte do Grupo NC, que também inclui as empresas Germed, Legrand, Ofta, U.SK, Nova Química, Brace Pharma e Multilab. A EMS tem fábricas em Hortolândia (SP), Manaus (AM), Brasília (DF) e Jaguariúna (SP).
A EMS, já consolidada como uma das maiores farmacêuticas do Brasil, reforça sua estratégia de liderança ao investir em produtos de alta tecnologia e impacto social. O mercado global de medicamentos para obesidade e diabetes projeta crescimento acelerado nos próximos anos, impulsionado por avanços terapêuticos e pelo aumento da incidência dessas condições. Com o Olire e o Lirux, a EMS se posiciona em um segmento promissor, promovendo a saúde da população e impulsionando o desenvolvimento da indústria farmacêutica brasileira.
O Ozempic, um dos medicamentos mais populares da Novo Nordisk, desempenhou um papel crucial ao transformar o laboratório dinamarquês na maior empresa da Europa em valor de mercado. A crescente demanda global pelo produto, impulsionada por sua eficácia tanto no controle do diabetes tipo 2 quanto na perda de peso, gerou receitas recordes para a empresa. Esse sucesso foi tão significativo que teve impacto direto no Produto Interno Bruto (PIB) da Dinamarca, refletindo a importância estratégica do setor farmacêutico para a economia do país.